quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A era BRT

BRT já é um novo patamar no mercado de ônibus

Olá pessoal,

Hoje vamos falar da febre entre as encarroçadoras: O modelo BRT, que vem sendo uma opção a mais no leque dos modelos em seus catálogos. Com exeção da Ibrava (Que só sabe fazer micro, grande só fez um trolébus, muito horroroso por sinal) e da Maxibus (Uma encarroçadora pequena e seus modelos são mais feios que encoxar a mãe no tanque) as demais encarroçadoras que produz modelos urbanos, já dispõe de uma versão BRT, sendo duas recém apresentadas esse mês na Fetransrio.

E o que é o BRT?

Sistema BRT


BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de ônibus de alta capacidade que provê um serviço rápido, confortável, eficiente e de qualidade. Com a utilização de corredores exclusivos, o BRT simula o desempenho e outras características atrativas dos modernos sistemas de transporte urbano sobre trilhos, com uma fração do seu custo.

Apesar do BRT ter sua origem baseada em ônibus, tem pouco em comum com os sistemas tradicionais de ônibus. Na maioria dos BRT implantados com sucesso, as seguintes características estão presentes:

-Corredores exclusivos ou preferência para a circulação do transporte coletivo;
-Embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos;
-Sistema de pré-pagamento de tarifa;
-Veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas;
-Transferência entre rotas sem incidência de custo;
-Integração modal em estações e terminais;
-Programação e controle rigorosos da operação;
-Sinalização e informação ao usuário.

Com mais de 160 sistemas operando atualmente ou em construção, os sistemas BRT têm se tornado a melhor escolha para melhorar a mobilidade urbana em 23 países dos cinco continentes. BRT é um conceito flexível, que pode ser configurado especialmente para o mercado a que serve e ao ambiente físico onde opera.

Os sistemas BRT têm demonstrado potencial para reduzir drasticamente as emissões de CO2 - um exemplo recente do seu impacto na mudança do clima foi o primeiro corredor do Metrobús (sistema BRT da Cidade do México), que está reduzindo 35.000 toneladas de CO2 por ano, ao mesmo tempo em que melhora a mobilidade de 77 milhões de passageiros. Este sistema BRT foi concebido e implementado para servir pelo menos 45 mil passageiros por hora.


Curitiba: Onde tudo começou

Curitiba iniciou tal modalidade de transporte

Tal sistema não é novidade dos dias de hoje, a primeira cidade brasileira, e do mundo, a implantar um sistema de BRT foi Curitiba, como alternativa à construção de uma rede de metrô, e isso foi antes mesmo da década de 80. Também é famoso a nível mundial porque foi planejado em conjunto com um inovador plano do uso do solo. O sistema foi chamado de plano diretor, sistema onde se distribui o fluxo de crescimento demográfico em torno de eixos de transporte, sistema que permitiria mais tarde serem criados os eixos "SBTM" (Sistema Biarticulado de Transporte de Massa) principal sistema da Rede Integrada de Transporte (RIT), e também é conhecido pelas estações em forma de tubos de vidro, a inovação de integrar os serviços alimentadores e tronco, operados com ônibus articulados; a implantação pioneira de tarifa única integrada; e por permitir acessibilidade universal (passagem em nível) para todos os usuários.

Modelos percursores

Antes mesmo desses modelos, sobrenome BRT, já havia modelos que eram diferentes até no design em relação ao modelo convencional

Torino GV (Esse já foi Bi-Articulado)

Torino GV: Rodou exclusivamente por Curitiba  em versão BI Articulada, depois de um tempo quando foi retirado de circulação, muitos foram modicados, retirando o pedaço final do carro, se tornando um articulado comum, alguns receberam até portas baixas do lado direito e foram rodar em outras cidades. Sua frente lembra um modelo rodoviário.

Torino 1999 Bi-Articulado: Inspiração em rodoviários ainda prevalecia e dessa vez atá a traseira era diferente

Torino 1999: Outro que foi exclusivo de Curitiba, esse não sofreu tantas mutações pós-circulação no sistema como o GV, seu antecessor. Tinha design de ônibus rodoviário e até no design traseiro era diferente do Torino Convencional (O GV tinha traseira idêntica a do convencional)

Ciferal Mega Bus: Desse design, nasceria o GLS BUS
Design da traseira original do Mega Bus: A necessidade de reposição de peças fez alguns empresários fazerem gambiarras adaptar traseras de GLS BUS e Padron Rio
Ciferal Mega BUS: Alguns foram parar em São Paulo, o curioso desse modelo é que o desenho de sua dianteira aerodinâmica daria origem ao GLS BUS um tempo depois, mas a traseira do Mega Bus era diferente dos GLS BUS (Tinha até vidro dividido laminado, em resumo: Um parabrisa) e do Padron Rio, modelo urbano atual na época do lançamento do Mega Bus, embora a necessidade de reposição de peça levou aos empresários recorrerem a gambiarras adaptações de traseira de outros modelos da Ciferal.

Outros modelos diferenciados

Papa-Fila Esquisitão, mas ainda sim interessante

Caio Papa Fila: Baseado no Alpha, mostrava um design que seria usado nos modelos Millenium I e Apache Vip I, lançados um tempo depois. Detalhe curioso é que o letreiro de itinerário ficava no painel inferior, Foi o marco no sistema de corredor de São Paulo

Posição centralizada do condutor no Top Bus é um dos detalhes mais interessantes

Caio TopBus: Sucessor do Papa Fila, mostrando um design futurista e diferenciado, no Top Bus tem como fator diferencial a posição do motorista: Ele fica centralizado, em vez do lado esquerdo. Tem a opção de piso baixo.

Um tiro pela culatra

Parecia um trem

Vamos falar do VLP, que foi uma espécie de projeto anterior ao BRT. Implantado em São Paulo, mas foi um grande fiasco.


O ano é 1997: O finado Celso Pitta, prefeito de São Paulo na época resolve inovar no ramo de transporte, aí firma-se uma parceria entra um modelo da Marcopolo produzido para isso. Lembra muito o BRT, por ser corredor fechado, estação, mas o veículo por lembrar mais um trem, foi classificado como VLP (Veículo leve sobre Pneus) e uma alternativa para não gastar dinheiro com malha ferroviária (E também facilitou mais o fiasco)

Realizando parada apenas no que é hoje o Terminal Mercado, o Protótipo da Marcopolo seguia nas pistas exclusivas sobre o tampão do Rio Tamanduateí, margeando bairros como Liberdade e Moóca, retornando a partir da Praça Alberto Lion, já no Ipiranga.

O projeto era espetacular. Foram propostos mais de 125km da rede Fura - Fila com linhas ligando o centro, às zonas norte, sul e leste, com uma linha em estudos na região oeste da capital paulista. 

Envolvendo centenas de funcionários, o protótipo dos veículos que seriam utilizados, tivera sido desenvolvido pela Marcopolo (Carroceria), Volvo (Chassi) e Powertronics (Equipamentos eletro - eletrônicos), além de outras empresas. 

Modernidade era evidente, esboço de muitos BRT de hoje

Construído em aço, fibra de vidro e alumínio  com Ar condicionado, câmeras e sistemas para monitoramento interno e externo, fora concebido para levar até 260 passageiros por viagem.

Dois Torino GV foram usados junto com os Fura-Fila

O ônibus era um trólebus biarticulado moderno, com design diferenciado, projetado para em seu percurso, atingir até 80km/h, utilizando - se de pistas exclusivas e canaletas. Já seguia as tendências dos BRT de hoje, como frente aerodinâmica, parabrisa inteiriço e Letreiro interno, mas o design remetia muito a um metrô como faroletes centrais, portas corrediças, embora os Pneus mostrassem ser um õnibus. Ainda teve dois Torino GV com as mesmas atribuições

Após a desativação para a retomada das obras do traçado no centro da cidade, a SPTrans construiu no Autódromo de Interlagos, uma pista de testes para o veículo. ( foto )
Não consegui apurar o tempo exato, mas os testes permaneceram por um bom tempo até o cancelamento do projeto, em meados de 2001, quando a então prefeita eleita Marta Suplicy, alterou o projeto.

Os pneus mostram que se tratam de um ônibus e não um trem.

Na sua gestão, a Prefeita Marta Suplicy optou por " simplificar " o projeto, rebatizando - o de " Paulistão ".

Com as obras iniciadas em 1997, o Fura - Fila operou em caráter experimental seus únicos 2.8km de extensão a partir de Setembro de 2000, por apenas 4 meses. 
Triste fim: Não foi tão aproveitado, virou sucata e a Marcopolo ainda levou calote do Pitta

Os ônibus??? Viraram sucata e a Marcopolo ainda ficou com um baita um prejuízo (Leia-se, tomou um belo de um calote da Prefeitura de São Paulo), como sempre, o dinheiro que era para ser pago a Marcopolo tomou desvio pelo caminho, desse dia em diante a Marcopolo não ousou mais projetos em parceria com o governo nessa magnitude (Gato escaldado tem medo de água fria).


2010: Começo da geração BRT

Campanha de lançamento do Mega BRT e BRS

Em 2010 é lançado o Neobus Mega BRT, seu design futurista chamou a atenção de imediato e era muito diferente de um Mega Convencional, apresentou como um dos destaques o seu tamanho e modernidade

Lançando tendências

3 novos modelos BRT foram apresentados na Fetransrio 2012

Depois desse dia, as encarroçadoras viram a necessidade de inovação e começaram a criar seus modelos, a Marcopolo, no ano seguinte foi a primeira a dar a resposta com o Viale BRT, depois em 2012, todas as encarroçadoras lançaram modelos, sendo os dois últimos, apresentados na Fetransrio 2012

Padrões desses modelos

Os BRT's mostram ser uns modelos bem a frente do nosso tempo, se comparado aos ônibus convencionais

Visual futurista: Traços modernos e fluídos, tudo foge do convencional, alguns são até tão bonitos quanto os modelos Rodoviários, inspirados nos modelos de metrô/VLT mais modernos.

Frente aerodinâmica: Tão inclinado quanto um Urbanuss Pluss, remete-se ao desenho do metrô garantindo até agilidade ao percorrer um corredor (Vale lembrar que o Millenium BRT foge um pouco desse quesito)

Letreiro interno: Outra vez lembrando o metrô, os modelos possuem letreiro de itinerário instalado atrás do parabrisa, na parte interna, como um senior midi por exemplo. Diferenciado do sistema convencional onde há uma unidade selada superior só para alojar o itinerário

Ar condicionado: Como o BRT tem seu funcionamento diferenciado, esses ônibus tem ar condicionado, garantindo conforto aos passageiros

Vidros colados: Remete a modelos rodoviários, mas não é regra, há muitas exeções, conforme pedido do cliente.

Parabrisa inteiriço: Facilita a visualização por parte do condutor e reforça o design moderno

Salão idêntico ao de um metrô: O interior bem desenhado e as guias de iluminação em curva, lembrando o monobloco O-371, modelos europeus e o metrô. Piso antiderrapante, sinais sonoros ao fechar as portas e aviso por mini letreiros no salão e vocalização tornam um serviço muito além de um ônibus convencional

Os modelos BRT

Neobus Mega BRT: Tudo começou com ele

Neobus Mega BRT: O primeirão, lançado em 2010, na época do lançamento inovou, mas perdeu graça no design após o lançamento do Viale BRT, mas ainda sim é um dos mais vendidos, em relação a concorrência.

Viale BRT: Lindo e perfeito, a Marcopolo acertou em cheio.

Marcopolo Viale BRT: Foi o segundo a ser lançado, é o mais bonito de todos os BRT's, seu design, faz até o Mega BRT parecer velho, e mesmo após os últimos lançamentos continua sendo o mais bonito.

Millenium BRT: Esse é feio!

Caio Millenium BRT: É o mais medonho de feio da turma, possui um design totalmente diferente do Millenium III (Este muito bonito, por sinal), possui as características típicas dos demais BRT's, mas vem associado a um design de gosto duvidoso. Por hora só apresenta compras em São Paulo.

Doppio BRT: Design tão preguiçoso quanto um Apache VIP III, mas tá bem mais decente que o Mascarello Granmetro

Comil Doppio BRT: Não faz feio como o da Mascarello, mas a Comil por plena preguiça e alegar ter lançado o novo Doppio, fez uma mudancinha besta, aproveitou muito do design do doppio convencional (Principalmente conjunto ótico e traseira inteira), pra dar o diferencial meteu janelas em vidro inteiriço, molduras vistosas no paralama, Ar-Condicionado, parabrisa inteiriço e passou o letreiro pra dentro do ônibus e só! Não ficou feio, mas ficou evidente a preguiça da Comil que podia ter feito melhor e intimidar a concorrência.

Mascaralho Mascarello Granmetro: Tá mais pra convencional, mas o site diz outra coisa.

Mascarello Granmetro: Esse foi o maior rebelde da turma: Usa letreiro isolado, como nos ônibus convencionais, parabrisa dividido, o salão é igual ao de um urbano convencional. A versão que foi apresentada na Fetransrio foi piada (Nem se esforçou pra fazer um melhorzinho, com tanta novidade das concorrentes): Janelas corrediças (Ar Condicionado, nem sinal), portas comuns e o pior de tudo: Cadeiras de plástico simples (Eldorado), nem um encostozinho de cabeça pra tapear, teve. A Mascarello chama esse ônibus de BRS, mas no site da encarroçadora já se contradiz dizendo ser BRT. Enfim é o BRT mais vagabundo e na certa, o mais barato. Tem um design externo diferenciado, o conjunto ótico, emprestado dos modelos rodoviários, mas puxa muito pro lado dos modelos convencionais.

Quem certamente não perderia essa.

Desenho do que seria um possível Urbanuss BRT, caso houvesse. O desenho peguei num site

Busscar Urbanuss BRT: A Busscar sempre esteve por dentro dos lançamentos e tendências do mercado, então se não estivesse em crise, teria lançado um Urbanuss BRT, eis que por coincidência achei na internet um desenho que mostra mais ou menos qual design o BRT teria, remetendo modelos rodoviários (Embora eu creia que a Busscar faria um modelo ainda melhor que o desenho). No desenho vemos traços do modelo Elegance / Panorâmico DD e frente inclinada como o Mega BRT.

Expansão do sistema BRT nas cidades.

Ligeirão Transoeste: BRT do Rio já está funcionando
Estação e corredor BRT em Recife, ainda em obras
Corredor BRT e estação em Belo Horizonte, outra cidade que ainda corre pra ficar pronta antes da Copa

Curitiba foi a primeira, depois veio São Paulo. Várias cidades estão com obras, como Belo Horizonte e Recife (E com uma copa do mundo, vem o pretexto de usar BRT, para não fazer vergonha, frente aos gringos). Manaus e Rio já são as mais novas adeptas do sistema há um certo tempo.

BRS: Os Padrons diferentes

Modelos BRS também foram destaques na Fetransrio

Junto com a febre do Rato BRT, surge o conceito BRS: Ônibus do tipo Padron (Suspensão a ar, motorização Central/Traseira, Piso baixo), mas com o design dos BRT, tanto externo como interno

Os modelos BRS

Mega BRS: Lançado junto com o modelo BRT, já é conhecido e agradou empresários do RJ

Neobus Mega BRS: Lançado junto com o Mega BRT, principalmente em versão LOW ENTRY, vem fazendo sucesso e conquistando o mercado carioca

Viale BRS: Muito bonito, mesmo com diferenciais em relação ao modelo BRT

Marcopolo Viale BRS: Novamente o mais bonito, de início só havia a versão híbrida, mas depois da Fetransrio, já vem surgindo as versões BRS, dierencia-se do BRT por conta do letreiro de itinerário ser isolado e parabrisa dividido.

Millenium BRS BRT: Coisa horrível

Millenium BRT (Mas era pra ser BRS): Esse é o mais medonho de todos (Como ocorreu com o BRT), dá até medo. Por incrível que pareça criou-se uma versão trucada de 15 metros e trolébus para São Paulo, foi a única versão que esse ônibus ficou bonito.

O que seria o BRS? E qual a diferença dele em relação ao BRT?

Corredores Exclusivos destinados ao BRT/BRS: Garantindo agilidade e conforto

BRS quer dizer Bus Rapid Service (Ônibus de Serviço Rápido) e BRT  significa Bus Rapid Transit (Ônibus de Trânsito Rápido). Os dois são corredores expressos para ônibus, que estão sendo implantados na cidade do Rio de Janeiro e em outras cidades.

Mas em resumo o BRS é basicamente um convencional, melhorado com design dos BRT. Tem muito modelo bom de motor traseiro (E até dianteiro em certos casos) que dispensaria facilmente uso de BRS.

Um comentário:

Busão de Natal disse...

Show esse texto. Muito critico, mas interessante.