quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Quem disse que monobloco não pode ser reencarroçado?

Chassi e carroceria: Uma união que pode se separar em um reencarroçamento, mas e no caso de um monobloco, como fica?

Olá pessoal,

Hoje é o dia do quadro das curiosidades e hoje venho desbancar o mito de que um monobloco não pode ser reencarroçado

A principio o que seria o conceito de monobloco?

Estrutura de um carro, que em geral são monoblocos, o chassi é integrado a carroceria


Um veículo monobloco não possui chassi, a sua estrutura é feita por longarinas moldadas na própria carroceria, então todos os agregados, como motor, câmbio, eixos, suspensão etc são incorporados à carroceria, com exceção de algumas pick-ups todos os carros fabricados atualmente são monobloco.
No caso de um acidente a carroceria absorve o impacto e se deforma a fim de preservar os ocupantes, porém fica difícil reformar pois fica tudo desalinhado.
Nos carros mais antigos era adotado o uso do chassi, é a estrutura de tudo, são feitos de longarinas de ferro e pode ser separado das demais peças.


Os ônibus monoblocos

Monoblocos em produção


Durante cerca de 40 anos, a Mercedes-Benz produziu ônibus de estrutura monobloco no Brasil. A dinastia começou com a produção da série O-321, em São Bernardo do Campo, em 1958. Equipado com o motor OM-321 de 110 cv de potência, o modelo era oferecido nas versões urbana e rodoviária. Uma unidade na última configuração é mantida no acervo de veículos antigos da montadora e foi exposta nas comemorações de 50 anos da DaimlerChrysler no país.

Até a chegada dos monoblocos, o mercado brasileiro era caracterizado pelos ônibus de carroceria montada sobre chassi de caminhão. A Mercedes-Benz inovou ao oferecer pela primeira vez no Brasil motor traseiro, suspensão dianteira composta da molas helicoidais e uma estrutura única, de desenho moderno para a época. Até o final dos anos 50 havia apenas pequenas encarroçadoras, mas em grande número, como a Grassi e a Metropolitana, extintas.

Na época em que surgiu o O-321

O-321: Sua chegada mudaria todo conceito sobre chassis de ônibus

O que se via eram ônibus com almas de caminhão. Assim, os feixes de molas eram mais duros (os caminhões estavam preparados para receber peso superior ao da “carga humana”, como muitos diziam) e provocaram solavancos e muito desconforto. A segurança também não era ideal para o transporte de pessoas.
Nos anos de 1940, a indústria brasileira, com base em modelos internacionais, começou de maneira tímida a fazer realmente ônibus. Destaque nesse processo para o conceito de Monobloco, que era um produto onde chassi, motor e carroceria formavam uma única peça, explicando a grosso modo. Muitos pensam que a Mercedes Benz foi a primeira indústria no Brasil a produzir Monoblocos. Mas analisando melhor a história, isso é um engano. A GM, em São Caetano do Sul, em 1946 e 1947 fez o que se sabe ter sido o primeiro Monobloco Brasileiro. Era o Coach Nacional, época na qual a empresa de origem norte-americana também produzia carrocerias.

Mas foi no final dos anos de 1950 que o Monobloco revolucionou de fato o mercado e a produção de ônibus no Brasil, conferindo maior conforto aos passageiros e respeitabilidade aos produtos brasileiros. E isso foi feito pela Mercedes Benz que trazia de fato o conceito ônibus para a indústria nacional. Surgia o Monobloco O 321, algo diferente de tudo o que se sabia de ônibus no Brasil. O modelo logo conquistou pela sua qualidade, como materiais nobres usados na fabricação, e funcionalidade, por ser mais leve e aerodinâmico, frotistas de serviços urbanos e rodoviários de todo o País.

Ainda existem monoblocos em produção

O monobloco com "algo a mais" hauhaahauhaauahuauah
Mercedes-Benz Traveco Travego, o monobloco rodoviário, feito em dias atuais, mas só para o mercado Europeu

Com o tempo foi evoluindo, sendo o O-400 o último monobloco produzido no Brasil, diga-se de passagem que a concorrência (encarroçadoras) chiou, jogou água no Chope (Com auxilio do governo) da MBB e aí a Mercedes teve que se contentar em só ficar nos chassis.

Merecedes-Benz Citaro, monobloco urbano, existente nas versões normal e articulado. E chuuupa Brasil, lá já é EURO VI

Mas a Mercedes ainda produz monobloco... Só que no mercado gringo, na Europa, por exemplo temos como exemplo o Traveco, uuuiiii... Travego (Modelo rodoviário) e o Citaro (Modelo urbano)


Um acidente que revela a prova de que existe reencarnação na vida de um monobloco

Monobloco O-400 RSD 40037, igual ao 40229 acidentado.

Devido ao fato do monobloco ser chassi integrado a carroceria, criou-se um mito de que não dá para reencarroçar um monobloco, ai a Itapemirim veio arregaçar o mito e mostrar que todo mundo estava enganado

O monobloco sendo retirado da água: Infelizmente todo mundo morreu

Na noite do dia 21 de Fevereiro de 2004, precisamente, uma sexta-feira, que não precisou ser 13 para se mostrar azarada. O monobloco O-400 da Itapemirim Nº 40229, Serviço STARBUS com ar condicionado seguia numa viagem de Fortaleza-CE a Salvador-BA, mas infelizmente a viagem não chegou a ser completada e teve um fim trágico: o ônibus caiu num açude na cidade de Barro(CE), divisa com a cidade de Cajazeiras(PB) durante a madrugada, resultando na morte dos 42 passageiros.

A causa do acidente é a maior incógnita, pois há quem diga que o motorista desviou de um obstáculo ou tenha tido um ataque cardíaco ou tenha dormido ao volante, o que seria entre as causas, a mais provável. Segundo testemunhas o ônibus viajava fazendo zig-zag na pista como se o motorista estivesse cochilando e de repente despencou numa ribanceira, caindo no açude Cipó e afundando rapidamente. É possível que na ocasião do acidente a maioria dos passageiros estivessem dormindo e não houve tempo para ninguém sair do veículo.

O monobloco 40229 após ser retirado do açude

A vedação das janelas para garantir o isolamento térmico do ar-condicionado dificultou a saída dos passageiros. Na época, a perícia mostrou que muitos tentaram fugir pela única porta do ônibus, na parte dianteira, o que fez com que o veículo afundasse mais no açude.

Foi um terrível acidente, e uma forma terrível de morrer na qual nem pros meus inimigos, por mais FDP que sejam eu jamais desejo a eles uma coisa desse tipo. Durante a pesquisa sobre o acidente vi coisas terríveis na qual nem quero publicar, mas quem quiser ver, clique aqui, mas lembro que é por conta de vocês.

A reencarnação

Taí o retorno no monobloco em outra carroceria. Enfim, o mito já era.

Após o acidente, o ônibus sumiu por um certo tempo, aí surge um Marcopolo Paradiso G6 1200 HD Nº 5813 no serviço GOLDEN com a mesma placa do falecido 40229 (MRD-4215), verificou-se que o chassi era O-400 RSD, comprovando que era o monobloco reencarroçado e desbancando de uma vez o mito

Curiosidade: Esse ônibus é conhecido por lendas macabras, durante as viagens na madrugada há que escute gritos e choros desesperados dentro do ônibus, que remete aos passageiros que morreram afogados dentro no monobloco tentando sair.

Espero que tenham gostado da curiosidade da semana.

9 comentários:

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

O "monobloco" O-400 nunca foi exatamente um monobloco, é mais semelhante a um chassi do tipo "espinha dorsal" ou backbone.

Mas de um modo geral não é impossível reencarroçar um monobloco mesmo num carro.
http://custompinoyrides.com/2010/10/nissan-skyline-r33-to-r35-gt-r-drift-car-conversion-by-a-toy-body-kits-the-buildup-part-1/

A propósito: seria interessante disponibilizar uma postagem com dicas de segurança e procedimentos de emergência em viagens de ônibus.

Unknown disse...

Está anotado a sugestão Cripple.

Boca do Inferno disse...

Deixa comigo que eu faço as dicas de segurança.

Unknown disse...

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CAVALO BRANCO diz quem é disse...

A Marcopolo e outras encarroçadoras transformaram centenas de velhos monoblocos 362 / 364 etc em modernos ônibus, justamente pela fantástica extrutura criada pela mercedes neste monoblocos (fortes e leves).

No aproveitamento de um monobloco para reencarroçamento, só são aproveitados partes da extrutura inferior ( o que seria o chassis extrutural) mesmo assim a parte central do mesmo também é substituída.

Portanto esta história de passageiros houvirem gritos dentro deste ônibus com a mesmaplaca do anterior é imaginação infundada.

Margaret Leopoldino disse...

A Resendense também reencarroçou Monobloco, mas não um e sim 8 deles, 3 O-400 que se tornaram Campiones, um deles ainda na empresa, outro na Smart Turismo e o outro sumiu, e 5 O-371 que viraram Paradiso 1050, hoje todos eles estão largados no pátio do Detran

Unknown disse...

Não foram somente os O-400 vários O-371 foram reencaroçados em G6 1200 HD pois algumas unidades dos chassis que haviam sobrado da produção dos Tribus foram reutilizados pois no começo da produção dos Tribus 4 receberam chassis O-371 T.23 e depois O-400 que também recebeu a nomenclatura T.23 e M.33 além dos S.24 chassi K112 de alguns Tribus 2 que receberam esse chassi

nightrider disse...

Sempre tive essa dúvida.Mas no caso teria que fabricar outro veículo quase do nada.Nós aqui,já transformamos alguns carros monoblocos em veículos com chassis para ser off-road.Mas é mais fácil do que despontilhar toda solda do monobloco pra resoldar em outra carroceria.Muito trabalhoso e de alto custo...Hoje em dia,inviável

nightrider disse...

Praticamente fazendo outro veículo quase do zero