segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BRT e Licitações: Garantia de qualidade ou é o mesmo caos maquiado?

      Estamos no ano de 2012, as cidades se desenvolveram bastante em relação há como era há 20, 30 anos atrás, com o desenvolvimento veio o aumento da massa populacional, que a cada dia, neste aumento torna condições viárias difíceis devido a maior demanda no transporte público e obrigando os órgãos governamentais a buscar soluções para resolver esse caos diário ou amenizar, transmitindo mínimo de conforto ao usuário.


Realidade dos dias de hoje: Filas nos terminais e ônibus lotados

Juntamente com essa necessidade parte outro problema, que é o crescimento desordenado da frota de veículos em todo Brasil, gerando nesse individualismo grandes congestionamentos nas principais capitais, fazendo com que a população enfrente uma viagem mais demorada. Imagine, se já andar espremido em um ônibus lotado e desconfortável é uma sensação desagradável, imagine com um acréscimo de tempo que leva de fração de 1/4 até o dobro de tempo da viagem, caso fosse por um trânsito que fluísse livremente.

Você deixou o ônibus, saiu do aperto, mas passa a contribuir pro aumento dos engarrafamentos.

     Em algumas cidades, existe o atendimento de metrô, seja ele subterrâneo ou de superfície, e ele, mesmo que vá lotado é o mais priorizado, pois chega no horário certo, embarque e desembarque é rápido, tem aviso sonoro que sinaliza o fim desse tempo, que em média dura 10 segundos e por ser linha férrea não enfrenta trânsito junto com os carros particulares, por questão de custos , nem todo lugar dá pra ampliar ou criar rede ferroviária e tempo de obra, vem a necessidade de buscar outra alternativa, aí entra a renovação através de Licitações e melhorias de serviços. Fora o fato que estamos à 2 anos da realização de uma copa do mundo, então precisamos otimizar o serviço prestado ou maquiar para pagar de bom moço pra impressionar os gringos como se fôssemos país de primeiro mundo. É aí que a licitação entra.


Licitação, ok. Mas como seria essas licitações de transporte coletivo?

      As licitação, de acordo com governantes e órgãos gestores publicam um edital estabelecendo normas para as empresas operarem e de modo cooperado e uniformizado, lógicamente seguindo os critérios mínimos, através de pintura padronizada, ar condicionado, cadeiras estofadas, etc.


Novos ônibus do sistema viário TRANSNIT de Niterói-RJ: Pintura padronizada e alguns modelos possuem ar condicionado e piso baixo.

      Também nessas licitações, prevê em paralelo a construção de um corredor de transporte rápido em faixa exclusiva e embarque prévio na estação de embarque e embarque feito em nível, sistema este, denominado BRT, do inglês Bus Rapid Transit, ou seja: Sistema de ônibus rápido. Já existente em Curitiba e São Paulo, recentemente o BRT TRANSOESTE, do Rio de Janeiro.


BRT TRANSOESTE: Mudança que deu certo, mesmo que ainda está engatinhando.

O BRT em termos de sistemas, nada mais é que um metrô sobre rodas, mas não deixa de ser um ônibus articulado com as configurações de um transporte ferroviário, assim como embarque/desembarque em tempo determinado, em muitos casos a pista é isolada seja por cerca ou meio fio para impedir o uso indevido da faixa por outros veículos, com as licitações lançadas é uma das mudanças mais significativas para as grandes capitais brasileiras e isso visa uma viagem rápida e no horário diferente do caos atual.

No meio das mudanças, as maquiagens: Pega o velho e joga pintura do padrão novo e mistura pra enrolar o povo. Cadê os com Ar condicionado previstos no edital???

Dará certo essas licitações ou ficará a mesma coisa?

      Esperamos que sim, embora seja uma caixinha de supresas tais mudanças, mas sabemos que em grandes casos é só a maquiadinha pra ficar bonitinho, traduzindo: O mesmo ordinário numa nova embalagem. Terá as empresas como fator pesante se terão ou não subsídio do governo para modernização e mudança da frota, pois equipamentos como o ar condicionado tem custo maior de compra e operacional e os empresários não estão a fim de ficar com prejuízo ou custo menor no caixa, e teme-se que com essa situação haja reajuste de passagem. Tempo de espera menor, mais ônibus e condições de viagem com mais conforto é a mudança prevista, embora na teoria dê certo, na prática sabemos que é bem diferente. Haverá ainda engarrafamentos e a população não vai diminuir. No Rio de Janeiro foi o tal do mesmo produto em nova embalagem, o único diferencial foi o BRT TRANSOESTE que deu certo, mas o resto... Ainda fica na mesma, alguns tem ar condicionado, frota é nova, mas as queixas ainda existem por parte de quem usa, embora pro usuário o sonho dele é ter ônibus vazio, com lugar na janela e parando na parada a cada minuto.

Será que ainda vai ficar desse jeito?


      E o que mais cobra pra essa mudança toda é que em 2014 sediaremos a copa do mundo, aí pra fazer a fita de super high-tech bacana super máximo, temos que maquiar as coisas que são problemas desde sempre, como segurança, transporte coletivo e moradia. Acredito que se o governo pudesse pegava toda a população pobre e escondia enclausurado até a copa passar. Só que pra o país que está fazendo tudo nas pressas já em cima da hora tá tudo errado e essa mudança era pra ser pensada muito antes, onde já visavam o desenvolvimento urbano e crescimento da população que no caso do Brasil já conta em ter penca de filhos as custas do bolsa família. Na África do Sul deu certo, O transporte público na África do Sul era desregulado, feito principalmente por vans usadas importadas do Japão e da China. Com isso o governo importou ônibus modernos com ar condicionado e foi um de muitos desenvolvimentos que ajudou o país, mas no caso do Brasil é complicado, mas pode dar certo, só que infelizmente a longo prazo.
AFRICA DO SUL: Deu certo.

Conclusão

      É um assunto delicado falar de licitação, depende da cidade, quantidade de carros, massa populacional e conscientização da população. Fora que não podemos cobrar mudança radical, ainda mais da noite pro dia.

E que venham as mudanças!

Corredores estão sendo construídos em várias cidades, principalmente onde tem estádios onde haverá os jogos de 2014, em Recife, as obras estão a todo vapor dos corredores BRT na Av. Caxangá (Corredor Leste-Oeste) e PE-15/Agamenon (Corredor Norte-Sul), o jeito é esperar pra ver, mas o sistema viário das capitais entra em uma nova era um novo patamar, e bem mais evoluído que há 20, 30 anos atrás.

Obras do corredor Leste-Oeste da Av. Caxangá, no Recife: O mesmo modelo de estação do BRT será utilizado no corredor Norte-Sul que já estão avançando.

Pergunto a você leitor: Qual sua visão sobre as licitações?

Um comentário:

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

A vantagem do BRT com relação ao metrô é que o veículo sobre pneus tem uma maior flexibilidade no estabelecimento de rotas e promover as respectivas integrações com linhas alimentadoras. Quanto ao metrô de superfície, eu considero uma aberração: a grande vantagem do metrô é justamente poder aproveitar vias subterrâneas sem competir por espaço com faixas de rolamento e outros modais, como ciclovias, além do aeromóvel que é uma tecnologia totalmente nacional e com custo cerca de 80% mais baixo que o de um metrô tradicional, podendo atender bem a alguns trechos mais curtos.